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segunda-feira, 11 de outubro de 2010

A grama do vizinho é sempre mais verde


Será que finalmente as raízes negras, que por tanto tempo ficaram asfixiadas sob uma cultura de intolerância, geraram “o fruto” que simbolizará suas reais importâncias na História?
Sabemos que durante o imperialismo das Grandes Navegações, os negros, agora escravos, tornaram-se a pilastra mor da economia mercantilista. Em países como o Brasil, tais raízes adubaram grandes lavouras de café, com sangue, suor e lágrimas, concebendo grandes lucros a seus “proprietários”.
A passagem do mercantilismo para o capitalismo, que exerceu papel fundamental na mudança de relação, (senhor e escravo para patrão empregado), a qual deveria inserir o negro no mercado consumidor, acabou por marginalizá-lo ainda mais. Todavia, diferentemente do que ocorrera no Brasil, onde os escravos receberam apenas um grande “pé na bunda”, nos Estados Unidos, a política adotada fora a do “pegue um burro e um lote de terra”.
Como meros observadores da História, nos não saberíamos dizer, qual tipo de segregação é mais cruel, entretanto podemos afirmar que a exercida em nosso país é a mais covarde, pois nos dias de hoje os negros ainda dependem de cotas para terem acesso ao ensino superior. Enquanto aqui existe apenas uma Universidade direcionada à cultura negra (Zumbi dos Palmares, BA) com pouco mais de três anos, lá existem mais de uma dezena de centenárias instituições superiores voltadas somente para afro-descendentes.
A recusa de uma cidadã americana negra a ceder seu lugar a um branco, no interior de um coletivo, a levou à prisão, dando início a um grande movimento visando sua libertação. Este fato levou um jovem (Martin Luterking) a sonhar um mundo onde seus netos seriam tratados como iguais. Morreu sem vê-lo. Porém, o atual presidente eleito do U.S.A (Barack Obama), um respeitado intelectual; traduz com humilhante certeza que a terra do vizinho fora melhor adubada.
Então podemos concluir que sim! As raízes negras despiram-se do rótulo “under ground” para florescer no topo do mundo.

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